É inadmissível, em nosso século, compreendermos a educação como um processo estático, unilateral, como simples transposição de conhecimento de professores para alunos, sem considerar toda a complexidade e riqueza que envolve esta questão. Pensar a educação desta forma é reduzi-la, segregá-la, podar os seus reais princípios e objetivos, desprovendo-a de todo o colorido, movimento e diversidade que estão na sua gênese. É preciso permitir, significar, estar com o novo e o diferente, arriscar outras formas de interação, de organização de espaços e conteúdos, abrindo caminho para que a educação se faça dentro e fora dos contextos escolares.
Para vencer este desafio Espaço, Educação e Diversidade devem colaborar entre si, aliarem-se, entrelaçarem-se em um esforço único para produzir qualidade, significado e identidade.
O espaço escolar não pode ser reduzido à sala de aula, deve ser planejado e organizado de forma a permitir explorações, movimento, criação. Precisa ser aconchegante, seguro, instigante, mutável. Deve acolher a todos e a cada um, respeitando a essência de cada personagem da sua história: alunos, professores, coordenadores, funcionários, pais, comunidade.
O currículo e o projeto político-pedagógico também precisam ser cuidadosamente planejados para contemplar as necessidades e anseios de toda a comunidade escolar. As atividades e conteúdos devem valorizar a diversidade, a cultura e os saberes locais e globais. O aluno precisa identificar-se com aquilo que aprende, para que a aprendizagem seja efetiva e transformadora.
Há vários “Brasis” dentro do nosso Brasil. Há um vasto patrimônio cultural e muitas realidades. Há negros, brancos, índios, amarelos, uma miscelânea racial que enriquece nosso povo, nossa história. E a escola que queremos para o nosso Brasil não pode omitir este cenário, mas antes deve prestigiá-lo, discuti-lo, problematizando a própria realidade para melhorá-la. Exercitar a tolerância na convivência com a diversidade, em todos os sentidos, é um dos caminhos para transformar a nossa educação e a nossa sociedade.
