Para ser educação é preciso ter significado...

Para ser educação é preciso ter significado...
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terça-feira, 14 de junho de 2011

Inclusão e Diversidade

www.pedagogia.com.br/artigos/dinamicacurriculo
 


 "Lutar pela igualdade sempre que as diferenças nos discriminem; lutar pela diferença sempre que a igualdade nos descaracterize"
Boaventura de Souza Santos    



Quando falamos em inclusão será que somente alunos com deficiência são alvos da inclusão? Ou somente alunos com problemas na aprendizagem?
Estamos vivendo a era das diversidades e tratá-las nas escolas é muito complexo e vai de encontro a uma diversidade de opiniões, pois é dentro da escola que a exclusão e o preconceito aparecem. Ainda é uma batalha dentro das mesmas incluir no currículo matérias que contenham a origem de diferentes culturas, pois na sala de aula há alunos com essa diversidade cultural o que requer do professor um olhar  diferenciado para o seu planejamento. Também é importante pesquisar a história dos alunos para que o currículo esteja de acordo com a realidade local, pois a educação deve progredir visando diminuir as desigualdades e preparar os alunos  para serem cidadãos críticos.
Para que a inclusão aconteça é necessário também que a sociedade envolva-se e que os governantes  apoiem programas educacionais, o currículo precisa ser dinâmico e estar em diálogo com a realidade específica, levando em conta a identidade cultural, pois neste contexto encontramos muitas diferenças ligadas a identidades que devem ser consideradas como etnias, orientação sexual, aparência, deficiência ,entre outros. São o currículo e o espaço que reafirmam a  identidade ou que a negam.
As mudanças são fundamentais para que a inclusão aconteça, mas exige esforço de todos, possibilitando que a escola possa ser vista como um ambiente de construção do conhecimento e não permitindo que a exclusão aconteça e que o currículo seja guiado por interesses de classes. Para tanto, a educação deve favorecer a construção da vida do aluno independente das dificuldades, trazendo programas que beneficiem o desenvolvimento de suas potencialidades.


disponível em http://2.bp.blogspot.com/
 

 "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade"

                                                                                                            Artigo 1° da Declaração Universal dos Direitos Humanos

   por Luciene da Penha Silva Gomes



Progressão Continuada: Progresso ou Retrocesso?

Professor,
eu quero saber
como essa tal
de progressão continuada
pode me ajudar
a aprender
o que a promoção automática
não está dando conta
de fazer

Séries ou ciclos
não importa
quero sim
formar-me
cidadão e
contribuir
com a nação

O que é preciso, professor,
para isso acontecer?
A quem cabe decidir?
Será que alguém
pode me ouvir?

Quero ter um futuro
com letras e números
que façam sentido

Cansei de ser estatística
E ser tratado
Como mais um

Quero agora
o meu direito
a uma educação
com respeito

Quem poderá
me ajudar
é você, professor?



            A essência da proposta anunciava um novo horizonte para a educação e seus problemas. A progressão continuada e a organização dos tempos escolares em ciclos viriam romper com o modelo seriado, classificatório e excludente praticado até então. Avaliação constante, recuperação e reforço no decorrer do processo, aprendizagem individualizada, respeitando-se o ritmo e fase de desenvolvimento de cada aluno. Surgia a solução perfeita para os altos índices de evasão e reprovação.
            Hoje efetivamente encontramos mais alunos nas salas de aula.
No entanto, continuam excluídos em meio à inclusão que a progressão continuada prometia proporcionar.
Ficam mais anos na escola, mas a deixam como se mal tivessem passado pelos primeiros anos do Ensino Fundamental.
Em qual percurso do caminho a essência se perdeu? Ou será que algum dia chegou a ser praticada verdadeiramente?
            O processo que deveria estimular a aprendizagem e o desenvolvimento efetivo de todas as potencialidades do aluno, incentivando-o a estudar para a vida, e não para a escola, criou acomodação e desestimulação. Por que prestar atenção, participar, executar as atividades, se no final das contas, a promoção virá de qualquer forma? A progressão continuada transformou-se em aprovação automática e o aprendizado integral que se desejava, virou descaso, irresponsabilidade, falta de comprometimento, fracasso.
            Quem devemos culpar: professores, alunos ou ambos? Devemos sim responsabilizar a falta de preparo e democracia com que este processo foi conduzido. Professores e alunos foram orientados, ouviram-se suas opiniões? Ilusão pensar que os pais, apoio imprescindível ao trabalho da escola, foram lembrados.
            O sistema de ciclos e progressão continuada ainda pode dar certo e promover a verdadeira democratização do ensino a que se propôs, respeitando o aluno, sua individualidade e diversidade, valorizando o professor como mediador imprescindível deste processo e que, para atuar como tal, necessita de apoio pedagógico, formação, espaço físico e materiais adequados e grupos de trabalho menores em sala, para que seja possível acompanhar e avaliar o desempenho de cada estudante, estar mais próximo e estabelecer vínculos importantes de confiança e cooperação. Aluno e professor são parceiros nesse sistema, apoiados pelos pais e comunidade.         
            Este é o sistema educacional que desejamos, verdadeiramente atuante e transformador, despojado de interesses outros que não sejam a formação integral do cidadão crítico e consciente.
Não queremos mais indivíduos passivos e obedientes, desconectados de seus direitos e deveres.
            Será este o motivo para que o sistema de ciclos e progressão continuada não tenha sido implantado em sua essência?
            Fica a reflexão...

  por Juliana M. Vilas Boas Mills







Praticas Pedagógicas e Linguagens Urbanas

            Urbano vem do latim que significa "o que é próprio da cidade", assim cultura urbana seria por extensão a expressão de grupos que desenvolvem arte nas ruas, bairros e espaços públicos que vão se democratizando, criando sociabilidade com um potencial transformador. Os jovens responsáveis por estas transformações estão ou estiveram na escola estabelecendo este vínculo entre educação e escola. A escola não pode deixar de considerar estas linguagens, estas movimentações culturais num processo permanente de mudança, ficando atenta à necessidade de um diálogo entre cultura escolar e aquela que surgie nas comunidades.
           A cultura deve ser entendida como um modo de estar. Assim cultura deve ser pensada como um processo que envolve a vida das pessoas, que reforça laços, estimula a conquista da auto-estima, produz reflexão sobre o lugar de cada um: na rua, no bairro,  na cidade, no país, permitindo transformar e democratizar a sociedade e a educação. Este universo de interação passa por transformações que dão espaço a uma diversidade muito grande de culturas e novas linguagens. A escola contemporânea deve contribuir para essa nova cultura nos espaços urbanos, ela não pode somente transmitir conhecimento e sim aprender e ensinar de forma interessante e que tenha significado para os alunos.
           Um dos elementos mais importantes de uma educação de qualidade é a preparação dos alunos para compreenderem o local onde vivem, atuarem nele e, assim, inventar um mundo melhor. É indispensável que as escolas criem mecanismos que permitam enxergar o futuro. Só assim eles irão estar em contato com a realidade das comunidades que pretendem servir, tornando-se agentes de inovação social.
            Se acreditarmos que a escola é o primeiro lugar onde podemos experimentar o mundo, como isso será possível se dentro da escola não conhecermos a diversidade do mundo?


                A escola deve ser pensada, tratada e vivida como um bem público comum e não como um espaço de desigualdades.

  por Luciene da Penha Silva Gomes

segunda-feira, 13 de junho de 2011

À criança o direito de ser criança... na escola também!

 disponível em http://www.fichasedesenhos.com/sejamos-como-as-crianas.html
 

“Eu também queria uma escola
Que ensinasse a conviver, a
cooperar,
a respeitar, a esperar, a saber viver
em comunidade, em união

Que vocês aprendessem
a transformar e criar

Que lhes desse múltiplos meios de
vocês expressarem cada
sentimento,
cada drama, cada emoção”

   trecho extraído do poema “Para Sara, Raquel, Lia e para todas as crianças” de Carlos Drummond de Andrade


Será que estamos, efetivamente, garantindo às nossas crianças a oportunidade de se desenvolverem e aprenderem em um ambiente escolar adequado física e pedagogicamente, que seja motivador e promova a autonomia destes sujeitos?
Ou estamos apenas preocupados em colocá-las dentro da sala de aula sem qualquer atenção às suas necessidades, gostos, desejos e realidade?
A escola é o espaço oficial do ensinar e aprender, mas este processo faz parte de um cenário maior que envolve a educação: a formação do sujeito integral, crítico, atuante, sensível, cidadão, valores estes que, desde cedo, precisam permear o trabalho pedagógico iniciado desde a mais tenra idade, em creches e escolas de educação infantil.
O lúdico é quem cria meios e condições para que os conceitos e conhecimentos sejam construídos nesta faixa etária. É, ao mesmo tempo, o combustível que alimenta o imaginário infantil e constrói relações com a realidade, que permite vivenciar enredos e papéis variados e, com isto, aprender e se desenvolver.
Não podemos negligenciar a infância e o direito ao brincar, correr, pular, interagir, sonhar... de construir (e desconstruir) castelos e personagens... ser mocinho e bandido, caubói ou astronauta... ser cuidado e orientado com carinho e respeito, de acordo com a sua condição de criança e tudo o que ela envolve. 
Atenção, afeto, confiança. Acessibilidade, segurança, higiene. Exploração, interação, movimento. Qualidade, diversidade, identidade. Estes são alguns dos ingredientes para se construir um espaço físico e pedagógico coerente com as necessidades e potencialidades infantis.
A criança é o ator principal deste cenário e precisa se sentir como tal. Sem identificação, não há aprendizado. É preciso oportunidade para agir, decidir, escolher, opinar, conviver com a diferença, descobrir-se e, nesta descoberta, encontrar o mundo. Os conteúdos, intervenções e propostas precisam estar envoltos em significado, para, então, despertar curiosidade e criatividade, suscitar valores, dúvidas, descobertas, reflexão.
É preciso promover a educação em todos os sentidos, desde o início da vida escolar, para que, ao final da jornada, possa emergir o sujeito integral, o cidadão consciente e crítico.
À criança o direito de ser criança... na escola também!


 por Juliana M. Vilas Boas Mills

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Desigualdade Social: ECA, ONGs e ESCOLAS

 disponível em www.espiridiaomonitores.blogspot.com
                                          


Esta é a atual desigualdade existente no mundo: uma escola localizada em Luanda (Angola), um país pobre e distante de nós, brasileiros; mas, apesar da distância, as diferenças são semelhantes quando o assunto é Educação.
Podemos acompanhar pelos jornais o descaso do governo brasileiro em relação à Educação. Temos o Estatuto da Criança e do Adolescente que garante a toda criança o direito de estudar, "onde todos têm o mesmo direito". Mas como se direcionar a este estatuto quando nem todas as crianças são respeitadas e muitas não possuem, ao menos, um caderno para levar à  escola, sendo que é obrigação do governo dar assistência a essas crianças.
A desigualdade é muito grande. Alguns têm oportunidade de estudar em escolas particulares com uma realidade diferente da maioria das escolas estaduais do país que atendem a maior parte da população.

disponível em www.temquesermillenium.blogspot.com



Este é o real motivo da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente: há 20 anos ele foi criado para que crianças e adolescentes tivessem a oportunidade de conquistar um futuro melhor.
No Brasil, escolas estaduais muitas vezes sem apoio do governo, recebem ajuda de ONGs que realizam trabalhos pedagógicos não - formais com crianças carentes que precisam de auxílio seja social ou emocional.
Como acabar com essas diferenças?
Não sei, mas podemos sim lutar por melhor remuneração para os profissionais da área por melhores escolas, podemos protestar como aquela professora que chegou ao seu limite desabafando em rede nacional, ao vivo.
Enfim, é triste chegar a esse ponto, ainda mais em um país como o Brasil.
Apesar  dos avanços, a Educação ainda está em último plano para o nosso governo. 


                                                   
por Patricia dos Santos França